A edição mais recente do Boletim Epidemiológico de HIV/Aids, divulgado pelo Ministério da Saúde, revelou o crescimento de novas infecções pelo vírus durante a última década. Entre 2011 e 2021, o número de diagnósticos saltou 198%, passando de 13,7 mil para 40,9 mil. Já em 2022, até junho, foram 16,7 mil registros. A sífilis, outra Infecção Sexualmente Transmissível (IST), também tem se disseminado com força no país: foram 64.300 casos no primeiro semestre de 2021 — o número é 16 vezes maior do que o registrado em todo o ano de 2010. Especialistas afirmam que a causa do aumento expressivo das ISTs é a falta de tratamento adequado, além da falta do uso de preservativo.

De fato, uma pesquisa do IBGE realizada em 2019 mostra que 59% dos entrevistados acima dos 18 anos afirmaram não ter usado preservativo durante as relações sexuais. Além disso, apesar de saber o que são as ISTs, cerca de 80% dos adultos brasileiros se consideram fora de risco para a contaminação, mesmo quando praticam sexo desprotegido, segundo um levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) publicado em 2020.

Os dados são alarmantes porque indicam a minimização dessas infecções, que, embora sejam menos fatais por conta dos tratamentos disponíveis atualmente, ainda estão entre os problemas de maior impacto sobre os sistemas públicos de saúde e sobre a qualidade de vida das pessoas no Brasil e no mundo.

Por que estamos mais negligentes quando o assunto é sexo seguro?